segunda-feira, 30 de novembro de 2009

JESUS: AINDA NÃO O DESPREGAMOS DA CRUZ!



O filme de Mel Gibson “Paixão de Cristo” desenterrou dos escombros de iniqüidades dos cultos religiosos, a verdade absoluta de que os padecimentos de Jesus foram, excepcionalmente, os mais cruéis, mesmo naqueles obscuros tempos, ultrapassando e muito os limites da resistência humana. A exacerbada religiosidade, ou ainda o fanatismo desavisado cegou de tal maneira os atuais seguidores de Cristo que, não acreditaram e muitos ainda não acreditam na extraordinária versão do diretor Gibson. Afeiçoados as suas boas vidas, os protestos de líderes religiosos foram a tônica conseqüente do filme, a nosso ver a mais próxima da realidade. E protestaram de maneira infantil. Sem procurar enxergar nas últimas doze horas de Jesus as mais reais e prováveis extravagâncias, no que concerne à tortura de um ser humano.
Por que este realismo? Porque os atuais cristãos, totalmente afastados dos verdadeiros propósitos do Evangelho, hipnotizados pelo supermaterialismo, pelo excesso de sensualismo, pelas iniqüidades da vida material, necessitavam e necessitam compreender a veracidade dos fatos, que consumaram a vida terrena do maior Emissário celeste que já pisou neste planeta. Compreensão esta, sempre refutada ou pouco avaliada pelo mundo cristão. Com o filme, o cineasta Gibson trouxe o debate novamente. Trouxe uma nova verdade não assimilada, ou recusada por aqueles que não apreciam, ou não observam o sofrimento alheio. Não há opiniões, nem crenças, que sejam maiores do que a verdade provada e comprovada.
A morte por cruz era o insulto decretado para as castas inferiores, cujos crimes eram de roubos, assassinatos, revoltas contra o poder vigente, as fugas de escravos, escravos rebeldes, ladrões e assassinos. Todo aquele que o poder de Roma execrasse, tinha o terrível destino de morrer na cruz. Claro que mediante julgamento quase sempre sumário.
A cruz permaneceu tradicional como instrumento de tortura e morte, porque os padecimentos eram prolongados. Os próprios carrascos apreciavam essa fórmula, uma vez que os deixavam à vontade. Bastava pendurar o condenado na cruz, quebrar-lhe as pernas para evitar a fuga e o resto era sossego. Esperar que o condenado morresse, o que demorava dias. E até uma semana, dependendo de quantos corvos, ou urubus havia na região.
Quando, porém o condenado era um criminoso odiado, tanto pela população quanto pela autoridade e os carrascos, então a morte na cruz acabava por ser rápida em razão das torturas e sevícias anteriores. Chegando ao local da crucificação o condenado já estava mais morto do que vivo. E, neste caso a cruz era um consolo final. Isto era uma constante no império romano. A morte na cruz poderia ou não ser abreviada, dependendo do que se fazia antes da crucificação com o condenado. Se este era levado íntegro ao local da crucificação, todos já compreendiam que a morte daquele condenado era a mais penosa de todas, em razão da demora. Os músculos dos braços travavam e endureciam. As dores penetrantes eram irresistíveis com a agravante de não se interromperem, porque não havia como movimentar os braços. Quase ninguém consegue permanecer com os braços abertos durante vinte minutos. E se o fizer ficará com dores difíceis de suportar ao final desses dez minutos. E ainda havia os urubus, os quais já estavam acostumado com aquele cardápio alimentar.
Talvez os céus tenham ficado sensibilizados com aquela tragédia humana, que já durava milênios. Com a vinda de Jesus a cruz foi posteriormente abolida.
A contundente prova de que o Mestre Divino foi torturado excessivamente, antes da crucificação, é patente e irrefutável. A humanidade não desejando imaginar, o seu mais idolatrado filho de Deus torturado, humilhado e depois morto na cruz de forma abominável, esqueceu-se do pormenor de que três horas foram a duração de Cristo na cruz, quando uma crucificação e morte perfaziam vinte dias ou mais em condições diferentes de tratamento.
E evidente e louvável tentar esquecer isso tudo. É humano. E apostamos que o próprio Jesus apreciaria o fato de todos nós esquecermos daquele instrumento terrível. Bem que poderíamos lembrar de Jesus como um homem normal, longe da cruz, longe da humilhação de que foi alvo. Contudo, se ainda insistimos em examinar aquelas cenas sanguinolentas é porque vivemos num mundo semi-selvagem, violento e cheio de misérias humanas. Temos esquecidos das lições do Mestre. Temos olvidado suas mais sublimes palavras, constantes de Seu precioso Evangelho. Temos esquecidos de Jesus. Temos esquecido de nosso próprio destino, quando perdemos na memória as lições de Jesus. E hoje, depois de tanto tempo, só enxergamos Jesus pendurado numa cruz. Por que será que ainda não O tiramos da cruz?

Jeovah de Moura Nunes
escritor e jornalista
Autor de "Versos à Revelia" entre outros livros
jeovahmnunes@hotmail.com

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

TUDO FICA COMO ANTES NO QUARTEL DO ABRANTES

TUDO FICA COMO ANTES NO QUARTEL DO ABRANTES

A
pesar das revanches planetária na tentativa de equilibrar o clima, o Brasil numa atitude muito própria da bandidagem, continua destruindo a floresta amazônica e outras florestas pelo país todo. Cada dia que passa vamos nos aproximando do nosso dia de cão, quando os temporais, os tornados, as chuvas devastadoras, enchentes, telhados que voam, o mar que invade cidades litorâneas, enfim, o caos que poderíamos chamar de vingativo porque moramos numa casa que tem vida própria e nunca necessitou de seus moradores bípedes e inteligentes. Somos tão inteligentes que nunca prognosticamos este futuro que chegou ameaçador para nós e nossos descendentes. Estes, ao partirmos para o além, ficarão lançando impropérios contra nós que começamos esta banalização da natureza, esta inexplicável destruição. Somos seres merecedores da revanche planetária porque nossas intenções, desde o início, eram a destruição. Além disso, somos hipócritas porque estamos sempre querendo um altar de deuses para ditar rezas, achando que o verdadeiro Deus nos salvará na hora que precisarmos.
Na verdade, pela extraordinária bondade de nosso Paizão, nós jamais morreremos porque somos espíritos, semelhantes ao nosso Deus. A diferença é que Ele deseja que nós aprendamos com os nossos próprios sacrifícios. Sem sacrifícios, sem aprendizagem. A destruição do planeta levar-nos-á ao sacrifício e através deste aprendizado seremos, em outro planeta semelhante à Terra, bem mais educados e amantes da natureza. O próprio índio já teve a sua experiência em milhares de vidas e hoje o respeito à natureza não é um mandamento, mas uma prática comum. Sei que boa parte de meus leitores entenderão o que desejo passar, outra parte apegada a mandamentos e lavagens cerebrais discordarão como sempre. Não ligo, porque cada um é livre para viver a sua própria filosofia, não sendo, é claro, a filosofia da destruição. Porém, o que tem prevalecido é justamente esta filosofia. E para o Senhor de Todas as Coisas se seus filhos querem a filosofia da destruição serão totalmente atendidos, porque para Deus um planeta é um grão de areia no espaço, embora seja a casa de seus amados filhos vivendo na carne.
Daqui a vinte, ou trinta anos muitas praias brasileiras desaparecerão mesmo se interrompermos totalmente a destruição. A natureza segue um curso. Se o comportamento humano da destruição for interrompido, ela, a natureza continuará seguindo o mesmo curso até chegar ao ponto de interrupção. As periódicas reuniões sobre o clima da Terra não passam de perda de tempo. São representantes de vários países, homens de precioso conhecimento, mas que vão para essas reuniões já sabendo que nada será resolvido. O capitalismo selvagem comanda essas reuniões. “Tudo fica como antes no quartel do Abrantes”, já dizia no começo dos anos sessenta meu amigo de bar Vicente Leporace.

Jeovah de Moura Nunes
Escritor e jornalista
Autor de “Memórias de um camelô” entre outros livros

ESTAMOS MESMOS MAIS PARA O IRÃ



A visita ao Brasil do presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad foi realmente um tiro no escuro do presidente Lula. Claro que atirar no escuro pode acertar outras pessoas e acertou em cheio muitas pessoas. Houve passeatas, protestos, muitos países através da imprensa protestaram e criticaram duramente o “novo e velho Lula lá”. No Brasil apesar dos protestos realizados só o povo judeu realmente fez uma grandiosa passeata. Eles sabem o que seus genitores sofreram no passado nas mãos de “Satanás”, também conhecido como Adolph Hitler.
Os brasileiros têm o presidente que merecem ter, um homem sem estudo, sem uma esmerada educação, sem a tática que deve colocar um país no gelo como o Irã, disposto a destruir Israel. E se o Irã conseguir a bomba atômica, Lula será responsável também pela destruição de um povo, mesmo que tenha fingido ao dizer que “apoia o programa nuclear iraniano sendo para fins pacíficos”. O povo judeu lutou e ainda luta para sobreviver com grande determinação, desde os tempos nazistas até hoje porque ainda existem pessoas neste mundo que tem alma de nazista. Afinal, quem apoia um país como o Irã deve ter a frieza dos assassinatos, visto que os aiatolás adoram a matança de seus desafetos políticos. Muitos que protestaram contra a eleição fraudulenta de Ahmadinejadeadlenta do Ahmadinajanitores sofreram no passado nas m já estão condenados à morte e outros tantos já foram para o lado de lá. E apenas protestaram, coisa muito própria da democracia. Mas, um povo, cuja masculinidade não aceita a liberdade da fêmea da espécie, com certeza é um povo de vida tribal e jamais poderíamos colocar aqui a liberdade democrática que eles sequer conhecem, mas vivem apregoando uma estranha democracia suicida.
Um país onde a religião manda é algo assim da idade da pedra lascada, tanto que as mulheres lá têm o mesmo valor de um cachorro, ou de um jumento. Lula devia morar lá, para quando entrar no templo a esposa dele ficar lá fora esperando, visto que mulher não entra. Pouquíssimos são os direitos da mulher no Irã dos aiatolás, que atolaram o país nessa escuridão sem tamanho. Os tempos do Xá Reza Palevi, quando o Irã tinha o nome de Pérsia, já deixam muitas saudades, apesar do fraudulento governo principesco, ou de um reinol jamais honesto e deturpado democraticamente.
Hoje é a América do Sul que atravessa uma fase política bastante perigosa. Os sentimentos dos europeus a partir da década de vinte do século passado são semelhantes aos sentimentos da população de hoje aqui na “South America”. Países como a Venezuela estão se transformando numa bomba de alto poder explosivo na medida em que outras ditaduras crescem. Homens que se vestem sempre de vermelho buscam uma simbologia que vai se transformar no vermelho sanguinolento. Lula ainda tem um ano inteiro para permanecer no poder. Isto já é suficiente para um golpe de estado acontecer numa madrugada qualquer de 2010. E com o apoio de 80% da população o golpe seria um sucesso para os petistas. Certamente copiariam o “el paredon” dos cubanos e dia e noite ouviríamos tiros e brasileiros, contrários assim como eu, tombariam dentro da liberdade espiritual de cada um. Se na ditadura de direita a gente apanhava, na ditadura de esquerda nós seríamos sumariamente fuzilados, ou enforcados dentro de cadeias construídas para esse desiderato macabro, copiando evidentemente os costumes nazistas.
Pobre República brasileira onde predomina a violência e a maledicência política. Cada dia que passa é um dia repleto de notícias da ladroeira brasileira dos políticos. Se é que são políticos. O conceito de política é amplo e bem mais assestado como sendo a arte ou a ciência de governar. A arte e ciência da organização, direção e administração de nações ou estados. Contudo, no Brasil esta arte transformou-se em “arte de roubar”. Roubar principalmente dos pobres, esse povo brasileiro, que na sua ingenuidade, para não chamar de ignorância, aceita calado tudo o que essa politicaria brasileira está acostumada a realizar para o bem, jamais do povo, mas para eles particularmente. Tanto é verdade que a população brasileira está longe de ser bem atendida numa emergência hospitalar. Não existe educação adequada. Sem educação o pobre não consegue bons empregos e os ricos dançam e sambam nas costas dos pobres. É um país que está mesmo mais para o Irã do que para uma boa, futura e ótima democracia.

Jeovah de Moura Nunes
Jornalista e escritor
Autor de "Pleorama" entre outros livros

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

E O TREM JAUENSE DA ALEGRIA CONTINUA FIRME!

Estamos chegando ao fim do ano e o atual prefeito de Jaú parece não ser diferente do burgomestre anterior, visto possuir as mesmas características daquele que eu chamo de “a Coisa”. Possui o dom de praticar muito bem o “oba! Oba!”. Mas, fica só nisto. Até hoje não encontrei diferenças nas personalidades políticas de cada burgomestre. Todos pretenderam ser o salvador da cidade e todos não salvaram, nem melhoraram nada. Este, talvez fique conhecido como “O Prometeu”, em razão das muitas promessas. Todos nós conhecemos o clima de presságios e alegrias dos novos prefeitos. Alegrias, apenas no primeiro ano, depois começam as cobranças mais duras da população e aí nasce a desconfiança de que é mais um que vai ficar para a história por não ter feito absolutamente nada. Claro que todos nós desejamos o contrário, isto é: mudanças, progresso para a cidade como um todo. Porém, basta darmos uma olhada na história de Jaú e vamos descobrir os poucos prefeitos que ousaram mudar alguma coisa materialmente falando e isto foi quase nada. Quando aqui cheguei, há 52 anos, havia muitas esperanças no ar. Com o tempo tais expectativas foram morrendo e hoje o jauense acostumou-se com a velha rotina. Cidades vizinhas se agigantaram rapidamente com prefeitos atuantes na indústria, comércio, saúde e educação. Nós tivemos nesses mais de 50 anos um crescimento pífio, sob controle de um industrial que não aceitava a vinda para Jaú de novas empresas e conseguia isto com facilidade, já que mandava nos prefeitos. Simplesmente não queria perder seus empregados mal pagos para outras empresas. Assim qualquer um ficaria também podre de rico. Hoje são as redes barateiras de grandes supermercados que não vêm para Jaú. Por que será, hein Piu-piu?

Fico desapontado quando vejo um partido político como o Verde, nascido de mulheres guerreiras na Europa nos anos 60 e 70, não tendo nenhum compromisso com o verde das florestas brasileiras em franca destruição e das queimadas em canaviais que tanto prejudicam a atmosfera jauense, atingindo principalmente os idosos. Torna-se esta verde filosofia mais uma maneira de ludibriar a população. Fica a impressão de que tentam apenas conquistar os altos cargos levando os “amigos do rei” juntos. Espero sinceramente que no decorrer do tempo provem ao povo jauense o contrário, porque até agora tudo continua como se vivêssemos sob as rédeas da “Coisa”, hoje desesperado para se tornar um deputado à toa porque nada fará por Jaú. Com certeza se fizer algo será apenas para ele mesmo. A única coisa deixada pela “Coisa” foi o “money” para asfaltar as ruas do Cila e o novo burgomestre concluiu com grande alarde.

O partido “Verde” era para no mínimo buscar os esforços em proteger a natureza, mas não vemos ninguém do PV pronunciar um duro discurso ambientalista. São discursos na maciota e ao fazerem não colocam o meio ambiente como uma das prioridades do partido. Pelo contrário estão é divulgando políticas interesseiras, ainda por serem realizadas e ao mesmo tempo em que enchem a prefeitura de familiares e de protegidos políticos, talvez a única política dos falsos políticos brasileiros. É mais um trem da alegria, onde indivíduos chegadinhos do burgomestre arrumam facilmente empregos pagos por nós, os “Otarianos da Silva”. Fora do poder são mestres em discursos que versam sobre a proteção da natureza; dentro do poder mudam o discurso e passam a agir com as mesmas características da “Coisa” em seus oito inúteis anos. Até quando isto vai durar? Ora, com esta República travestida de monarquia pelo excesso do zeloso nepotismo, irá durar para sempre o atual e deprimente status dos jauenses, sustentando essa bandalheira explicitamente não concursada.

O simples fato de um governante praticar em sua gestão o emprego público sem concurso, excetuando-se os cargos de confiança, faz dele uma pessoa totalmente incapaz de governar, porque já desrespeitou a Constituição, ou as leis que regulam este comportamento. E quem não respeita a lei está fora da lei. E como disse Rui Barbosa: “fora da lei não tem salvação”. Mas, nos tempos do “Ruizinho” as leis eram cumpridas. Nós não somos dignos de vivermos numa democracia, quando toleramos políticos que não cumprem as leis. Cadê o Judiciário, através da Promotoria pública, para acabar com toda essa bandalheira? O presidente do STJ, Gilmar Mendes, com certeza tem ódio, raiva e alergia da irresponsabilidade de um trem da alegria. Eita Republicano arretado!

Jeovah de Moura Nunes
Escritor e jornalista, autor do romance “A cebola não dá rosas”, entre outros livros.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

NÃO AMAMOS COISA NENHUMA!

Meus artigos são lidos pela Maria José, mais conhecida como Petita, uma amiga jauense, morando no Japão há vinte anos. Fiquei satisfeito porque uma simples leitora nos incentiva a dar continuidade em escrever como uma forma de luta, ou empenho em melhorar o lugar onde vivemos. Comparou o Brasil com o Japão e simplesmente disse que não retornará tão cedo ao Brasil. Fico nas saudosas lembranças de quando íamos à casa da Sra. Odila Izar e ouvíamos as boas e sempre novas informações espíritas. Grande mestra, sublime criatura! Que os bons espíritos estejam com ela preparando novas investidas no planeta, através da reencarnação. Mas, embora residindo no Japão a Petita sabe de todas as maléficas ocorrências brasileiras através dessa bênção celestial: a internet. Tenho também muitos leitores em Sampa, Santo André, São Caetano, Picos - Piauí e por esse mundão todo. Até nosso simpático carteiro lê minhas matérias, apesar de ele achar que sou revoltado. Recebo e-mails de muita gente em apoio e solicitando para continuar assim como sou, porque não existe um “eu” ao contrário. Sempre serei o que sou e não um papel carbono. Sou assim duro nas minhas críticas porque amo o Brasil.

Quem ama seu filho, sua esposa, seu pai, sua mãe, não vai querer que essa gente amada siga os trilhos da maldade, da corrupção, da violência, da falta de estudo e da falta do que fazer. Quem não critica este sim tem muito mais tendência a não amar o Brasil, porque deseja que tudo continue como sempre. Parece até que levam vantagem com o atual status social. Por isto, enquanto meu país nadar num mar de corrupção estarei sim assestando minha metralhadora crítica para esse oceano de políticos ladrões. Quem não se mexe, não protesta e nada faz para melhorar um milímetro sequer deste país, não pode mesmo reclamar porque não o ama. E se disser que ama, mente escandalosamente porque o amor move as pessoas no intuito de melhorar o lugar que se vive.

É decisório e crucial de que História do Brasil a maioria não sabe nada neste país. O que já dava, ou ainda dá sinais de desamor, ou do falso amor pela pátria. A maioria dos brasileiros desconhece, por exemplo, a extraordinária epopéia vivida pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, muito mais conhecido como o “Tiradentes”. E o feriado de 21 de abril de todos os anos esvazia-se na evidência da ignorância das pessoas, que jamais ouviram falar em Tiradentes. E se ouviram, pouco estão se lixando para o extraordinário herói brasileiro, o qual deve ter morrido em vão na forma como sua lembrança vai-se apagando. A maioria também nunca ouviu falar de Antônio João Ribeiro, um herói brasileiro juntamente com quase vinte soldados e uma mulher na tentativa de deterem centenas de paraguaios no dia 28 de dezembro de 1864, no intuito de proteger a retirada das mulheres, dos idosos, trabalhadores e agricultores no dia da invasão paraguaia ao Brasil. Muitos heróis são ignorados pelo povo brasileiro, cujos desvios de uma conduta patriótica é sentimento comum em todos os rincões brasileiros. Enfim, o brasileiro ama apenas o “país das maravilhas”, mas não deseja nenhum sacrifício para manter este amor.

O jornal “Comércio do Jahu” – www.comerciodojahu.com.br - divulgou em data de 21.04.2006 uma pesquisa entre a população sobre Tiradentes e chegou ao resultado de que 70% das pessoas ignoram quem foi o inconfidente mineiro. Neste mesmo trabalho informativo há uma entrevista com uma historiadora jauense afirmando com todas as letras de que “a falta de memória ocorre porque as pessoas não dão importância para a história do país. Aqui em Jaú e em todo o Brasil, a população não tem o hábito de reverenciar nossos heróis”. A historiadora acredita que ter um bom conhecimento em História é o principio para a compreensão dos fatos sociais da atualidade. “Quando falo” – diz ela na reportagem – “quando falo para as pessoas que sou professora de História, geralmente ouço um “credo!”, como resposta. O desinteresse com nosso passado é muito grande”. Apenas isto já nos dá a certeza de que o brasileiro mente quando diz que ama o Brasil. Quando a gente ama algo, ou alguém, conhece de perto este algo, este alguém. Amar sem conhecer não é amar é mentir. Os brasileiros do passado, heróis, que deram a vida por este país devem estar insatisfeitos com o brasileiro da época atual: um tipo sem conhecimento dos nomes de nossos heróis, os quais tudo fizeram para expandir nossas fronteiras, defendendo-as e morrendo por elas. Alguém aí ouviu falar no casal Arruda? Na epopéia de Dourados? Nos heróis da tomada de Monte Castelo na Itália, em 1944/45. Nos EUA qualquer criança conhece o que foi o “Álamo”. Existe até cemitério para os heróis. Aqui conhecemos os nomes de bandidos, mas não conhecemos nossos heróis e temos também nosso Álamo só que nunca ouvimos falar dele. E ainda dizemos que amamos este país. Não amamos coisa nenhuma! Como diria o Boris Casoy: “Isto é uma vergonha!”.

Jeovah de Moura Nunes
escritor e jornalista
Autor do romance: "A cebola não dá rosas" entre outros livros.

TENENTE ASSUNÇÃO ERA O SEU NOME...



Às sete horas da manhã do dia 15.08.1942 desatracou do porto de Salvador, BA, um navio chamado “Baependi”. Este navio estava repleto de brasileiros, umas 350 pessoas, incluindo a tripulação e uma unidade do Exército. Os oficiais e soldados iam acompanhados de suas famílias, algumas com muitas crianças. À noite o navio iluminou-se em festiva comemoração ao aniversário do comissário de bordo. Um jantar alegre e farto foi servido a todos; uma orquestra tocou animadamente até tarde da noite. A alegria foi uma nota marcante a bordo. Enquanto no salão se dançava, lá fora na popa, os soldados, quase todos cariocas ficavam em cima de canhões e grandes caixas. Reunidos em grupos tocavam pandeiros e batiam em latas cantando seus pagodes à moda dos morros do Rio de Janeiro. Tarde da noite as luzes se apagaram e o navio singrava a umas vinte milhas da costa baiana, quando subitamente um enorme estrondo sacudiu violentamente o navio. Quebraram-se vidraças, o madeiramento estalava e rangia, e depois se arremessou para cima voando estilhaços de vidro e madeira para todos os lados. Morrem as primeiras pessoas e muitas outras estavam com o rosto sangrando em razão dos fragmentos de vidro. Algumas totalmente cegas gritavam pedindo ajuda. Ninguém entendeu naquele momento o que estava acontecendo. No segundo estrondo, que neste caso foi violenta explosão, todos compreenderam tarde demais o quê estava acontecendo: -Fomos torpedeados – gritou alguém. O segundo torpedo foi o tiro de misericórdia. O “Baependi” começa a afundar rapidamente. O navio aderna para o lado esquerdo e o que era parede se transforma em chão. Não houve sequer tempo de baixarem as baleeiras.
Gritos pungentes eram ouvidos por toda parte do navio. As águas envolvem o velho vapor de forma violenta, posto que o mar estava agitado naquela noite. Muitas pessoas foram arrancadas por ondas enormes do convés inclinado. O navio apita tenebrosamente, um apito longo, agonizante de estertor. Depois totalmente submerso deixa uma camada de seres humanos lutando para não afundar, tentando nadar, agarrando-se a qualquer coisa que flutuasse. Gritos terríveis de socorro de homens, mulheres e crianças, que se afogavam em massa eram ouvidos na escuridão. Em minutos tudo foi silenciando e ouve-se um grito aqui outro acolá. A maioria daqueles viajantes sucumbiu. Uma única baleeira escapou do desastre ao ser arrancado dos ferros que a prendiam no convés pela explosão do segundo torpedo. Trinta e seis sobreviventes apareceram em estado lastimável nas praias baianas. Mas, as famílias de pescadores não quiseram ajudá-los porque a maioria estava nua, ou somente com as roupas íntimas. Só depois de compreenderem o acontecido é que passaram a ajudar os náufragos.
Quase todos os militares foram tragados pelas ondas. Um jovem tenente, depois de socorrer muitas pessoas e sabendo ao final que estava tudo perdido, cedeu o seu salva-vidas para uma senhora, a qual se agarrava ao tombadilho. Isto feito gritou por várias vezes em alto e bom tom: -Viva o Brasil! -Viva o Brasil! Muitos soldados repetiram o grito. O jovem atirou-se ao mar escuro daquela noite alegre a princípio, mas que se tornou de triste memória. O jovem – tenente Assunção era o seu nome – lançara em voz vibrante aquele grito derradeiro de patriotismo, lembrando a todos nós dos compromissos de luta contra as ditaduras fascistas, nazistas, comunistas e seja o que for a atingir nossa liberdade e nossas vidas!
Naquela mesma noite outro navio brasileiro foi torpedeado pelos nazistas: o “Araraquara”. Os sobreviventes do Baependi na baleeira viram os clarões distantes e os estrondos parecidos com trovões. Mas, ainda assim, o ditador Vargas, teimou em esperar mais dois anos para entrar na guerra. Muitos navios ainda foram a pique nas costas brasileiras para que o Brasil realmente se sensibilizasse, ou nascesse no povo o ódio contra os nazistas. Hoje a América Latina ficou semelhante à Europa de 1933 à 45 com os tais nacionalismos e socialismos, esses “ismos” que levam o povo à lugar nenhum, senão à morte e as visões infernais das ditaduras. E têm brasileiros que adoram essas espécies de ditaduras, porque evidentemente levam vantagem como certos partidos políticos. Elas destroem a sociedade constituída a longas penas.
“Este texto é de autoria do capitão Lauro Moutinho dos Reis – extraído de Seleções do Reader’s Digest de março de 1945, com pequenas modificações minhas. O texto do capitão é muito mais frio, realista, dramático e emocionante”.

Jeovah de Moura Nunes
Autor do romance: “A cebola não dá rosas” entre outros livros.