quarta-feira, 8 de setembro de 2010

JAÚ DE MÃOS DADAS COM A INFLAÇÃO

Estamos sempre mudando o nome e o perfil de nossas moedas e elas estão sempre indo para o brejo. Não parece ser o caso do Real, que está demorando a ter o seu destino final, porém já se começa a sentir um fracasso desse meio de circulação criado há duas décadas, quando os centavos vão desaparecendo. O principal motivo para a exterminação de uma moeda de qualquer país é a inflação. Como temos milhares de pequenos governos, referindo-me aos prefeitos, eles se acham no direito de aumentarem os impostos, além das taxas e mais taxas, através de uma canetada e sem consultar o poder legislativo e o povo. Os prefeitos brasileiros têm se mostrado ditatoriais. Apreciam muito assinarem portarias, leis que aumentam impostos, sempre falando de arrecadação e ao final, nós os patrões deles, descobrimos que o cara não fez nada para nós. Ficamos sempre com o sentimento de que somos otários neste país. Preocupo-me quando sou obrigado a tirar dinheiro do meu bolso para entregar ao poder público, que nada faz por nós, cidadãos. É dinheiro, no meu entender, jogado fora. Minha rua, por exemplo, está uma porcaria de asfalto. Agora as ruas e avenidas dos milionários jauenses estão umas maravilhas! É um tapete o asfalto! Favorecer ricos parece ser bom para os prefeitos, porém quem vota mesmo são os pobres.

Em Jaú o atual prefeito resolveu aumentar em 30% as tarifas para os prestadores de serviços e a Câmara Municipal, através dos vereadores apoiaram e aprovaram a medida cavalar, havendo apenas dois vereadores contrários, um do PT, o mui digno Carlos Ramos e outro do PV Fernando Frederico de Almeida Júnior. Aumentar tarifas de serviços, ou a taxação de mercadorias é dar a largada para o retorno da inflação. Aparentemente o atual burgomestre de Jaú deve estar desejando para esta cidade um foco inflacionário maior do que o já existente, a fim de castigar a população, que já está rugindo contra muita coisa errada. Ora, temos o direito de rugir à vontade, afinal somos o patrão e o bom empregado obedece. Mas, existem empregados, cujas confianças e competências ficam muito a desejar.
A majoração de taxas, ou impostos dá vazão ao aumento da inflação local, visto que nenhum negociante irá aceitar a perda de seu ganho real. E como estamos numa democracia, (se é que estamos!) podemos também aumentar os preços de nossas mercadorias, quer o governo queira, quer não queira. Mesmo que a priori as vendas caiam. Quem vai perder pontos politicamente falando será o responsável pela primeira medida, a qual considero um golpe contra a sociedade ao majorar os valores das taxas ou impostos sem ter a educação e a delicadeza de avisar a população. Assim sendo, criou-se no ambiente social um deslocamento inflacionário capaz de inicialmente desestabilizar o ambiente comercial que antes estava estabilizado. E depois de outras desestabilizações a inflação irá crescer e se acomodar, ou seja: a volta da rotina inflacionária. Ora, o município é apenas uma célula do país e é nesta célula que tudo acontece. Principalmente quando outras células resolvem seguir o exemplo da primeira.
Tanto é verdade que existem cidades diversas, cuja economia estabilizada vai muito bem, obrigado! Existem cidades que se compararmos com Jaú dá a impressão que estamos num país longínquo. Tudo é mais barato, mais acessível. Aqui é uma cidade com muito mais supermercados por metro quadrado e os preços não são nada aprazíveis. Minha esposa, a Toninha, sempre vai visitar nossa filha em Piracicaba e ela fica abismada com a diferença de preços bem mais inferiores aos dos supermercados de Jaú. Bauru também é um exemplo de comércio equilibrado com o poder de compra da população. O que atrapalha a pequena viagem de poucos quilômetros para lá é o vergonhoso pedágio. Uma viagem à Piracicaba é mais fácil do que ir a Bauru. São 150 km até Piracicaba e leva duas horas a 80 km/h sem nenhum pedágio. Tenho vontade de me mudar para Piracicaba onde existe um poder municipal digno e de grande relevância social. A inflação em Jaú vai de vento em popa e agora graças às providências do atual burgomestre e do anterior também, com o aval da Câmara, impondo taxas e impostos, despojando a economia da população jauense é bem possível que cheguemos a um estágio infeliz dentro de algum tempo. Esses nossos políticos devem desejar ardentemente uma vida inflacionária para o povo. É o que se deduz pelo comportamento deles. Não dão a mínima para a vida difícil dos pobres. Depois saem de rua em rua pedindo votos com a maior cara de pau. Ora, vão verificar se estou na esquina!
Podemos imaginar que políticos assim é que destroem a economia de um país. Políticos gastadores, sem a preocupação do social, sem levarem em conta a vida difícil de quem se aventura no comércio, hoje bastante incompatível no país em razão principalmente da ganância exagerada dos poderes: municipal, estadual e federal, solapando os comerciantes com impostos avassaladores e inviáveis. É mais fácil abrir um comércio nos EUA do que neste país. Geralmente quem abre um negócio no Brasil acaba se arrependendo.
Quero, finalizando, parabenizar o jornal “Comércio do Jahu” pelo Editorial de domingo intitulado: “POLÍTICA DO ATROPELO”. Um verdadeiro alerta à sociedade jauense.
Para entrar no jornal "Comércio do Jahu" basta clicar em http://www.comerciodojahu.com.br/

Jeovah de Moura Nunes
Escritor e jornalista, autor de “Memórias de um camelô” entre outros livros.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

DE VOLTA AOS TEMPOS BÍBLICOS...



Diante das leis caninas do Irã ainda dos tempos de Jesus, o presidente Lula teve um acesso de caridade e ofereceu asilo à Sakineh Ashtiani, mulher condenada à morte por apedrejamento. Talvez para impressionar os eleitores da candidata Dilma, já que a oferta lulista foi realizada no sábado, dia 31 de julho, em pleno palanque eleitoral. Tanto que o Irã pouco se importou, mesmo repercutindo na imprensa de lá. A família de Sakineh vibrou e ganhou esperanças. Sakineh tem 43 anos. Já foi castigada com 99 chicotadas (o que significa basicamente 100). O grande “erro” dela foi manter relações sexuais com dois homens. O interessante nessas leis é que os homens não são castigados nas mesmas condições da mulher. Haja machismo! É como se a mulher fosse algo diabólico. O Irã no meu entender parou no tempo. Nascer na qualidade de mulher no Irá é o mesmo que nascer no inferno. Só o fato de andar a vida toda com aquela burca já é um castigo demasiado. Talvez, os tais sacerdotes de araque tenham medo das mulheres, já que elas são comprovadamente mais santificadas do que os homens.
Para alguns setores mais conservadores do Irã “Lula interferiu nos assuntos internos”. No entanto, o mundo civilizado não pensa assim. Mesmo porque aquela negociação de maio de um estranho acordo junto com a Turquia, o Irã não considerou interferência em assuntos internos, justamente porque houve um convite de Ahmadinejad quando decidiram o enriquecimento de urânio para um reator de “pesquisas” em Teerã, alegando jamais ser para a produção de uma bomba. Coisa que os EUA não acreditam e levou a considerar Lula uma pessoa inocente com intenções que não levam a lugar nenhum. Atualmente o Irã já atrapalha os laços comerciais entre o Brasil e os EUA. E, segundo informam os jornais atualizados, a deterioração nas relações entre Brasil e EUA está indo para o brejo, ameaçando os laços comerciais bilaterais. As áreas mais vigiadas por Washington são as manutenções de tarifas ao etanol e benefícios para produtos brasileiros. É, o povão adora Lula lá, agora vão conhecer os castigos difíceis da sobrevivência de seus “bons negócios”.
Só o fato de ter sido noticiado o apedrejamento de uma mulher até a morte já é um assunto público que revolta nossos mais íntimos sentimentos. Afinal, não estamos vivendo a era de Cristo. Já fazem mais de dois milênios que Ele esteve neste mundo, quando disse com todas as letras que os tais puritanos “podiam atirar a primeira pedra desde que estivessem sem pecados”. Como naquela época havia sinceridade o povo chateado retirou-se jogando as pedras de volta ao chão.
O advogado de Sakineh, Mohammad Mostafaei fugiu do Irã e foi para a Turquia. Sua esposa e o pai dela estão presos desde o dia 24 de julho e são reféns das “autoridades” do Irã. Eita paizinho esquisito. Mohammad agradeceu a Lula pela oferta de asilo de sua cliente. Em declarações à “Folha de S. Paulo”, o advogado de Sakineh disse que há mais de dois anos vem sofrendo uma pressão muito grande por parte das autoridades iraniana. Os casos dele têm importância internacional e o mais recente foi o “caso Sakineh”. A esposa de Mostafaei está presa numa solitária mais de 15 dias. Ela não cometeu nenhum crime e está numa situação horrível. Minha filha agora não tem a atenção nem do pai nem mãe.
O advogado agradeceu ao presidente Lula pela intenção de proteger a cliente dele, anunciando a aceitação de asilo. E acrescentou que tal atitude humanitária deveria ser repetida por todos os países do mundo e todos os chefes de Estado do mundo.
As religiões não são ruins. Ruins são os apóstolos do poder, os quais se acham no direito de fazerem o que quiserem, a exemplo do Irã, dominado por uma religião intolerável. Caso não estivessem no domínio do poder no Irã, os aiatolás seriam como nossas religiões brasileiras: obedientes ao poder estabelecido pelo povo e não por eles, sacerdotes. Atualmente em todo o mundo as religiões transformaram-se em bons negócios. Cada dia que passa aparece uma diferente, ou semelhante, mas com outras palavras e promessas. Nossos canais de TV estão abarrotados de pastores, padres e outras novas religiões. A TV do jeito que vai logo será abandonada pelos telespectadores, com exceção das pessoas vidradas em religiões.
Espero sinceramente que Sakineh escape dessa monstruosidade que foi e ainda é, no Irã, uma lei, lei abjeta, lei do cão, lei que não educa, lei sem nenhum sentido.

Jeovah de Moura Nunes
Escritor e jornalista, autor de “Memórias de um camelô” entre outros livros.


sexta-feira, 30 de julho de 2010

A EXCOMUNHÃO DA CIÊNCIA E DO BOM SENSO!



O catolicismo atravessa uma fase de baixo astral com as declarações de dois bispos. O primeiro bispo declarou em bom tom que o holocausto não aconteceu. Tudo foi mentira. Quer dizer: os mais de seis milhões de judeus morreram sozinhos. Expulso da Argentina o religioso inglês Richard Williamson sentiu na carne o que é ser repudiado. Garanto que o Brasil não o expulsaria, em razão da religiosidade quase fanática, ou o fanatismo em muitos casos. O segundo, um acerbispo brasileiro de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, excomungou os médicos e outros envolvidos no aborto, realizado numa menina de nove anos, grávida de gêmeos e vitimada que foi por um estupro cometido pelo padrasto em Alagoinha, PE. O que a gente percebe é que a igreja católica, não acompanhou o progresso da humanidade. A menina certamente morreria com o parto difícil em razão principalmente da idade. Mas, no entendimento do arcebispo a menina pode morrer, os fetos não.
Hoje não vivemos como se viveu nos tempos da inquisição. Os padres e bispos daqueles tempos adoravam queimar mulheres publicamente, chamando-as de bruxas, somente porque possuíam alguma mediunidade. Hoje com o oito de março, o dia da mulher, instituído pela URSS porque o capitalismo jamais faria isto, tornou-se um dos dias mais respeitados de todos os tempos. Os padres deveriam saber que as mulheres nunca foram bruxas e sim as bonecas, as rosas, as belezas desse maravilhoso jardim das fêmeas da espécie. Havia um receio enorme dos padres de que as mulheres pusessem em perigo a igreja católica, já que muitas delas sabiam do assédio sexual dos padres e até bispos. Se esses padres mataram milhares de pessoas na inquisição, então temos mais um holocausto praticado pela intolerância de uma crença. Imagino que o Senhor Jesus não veio ao planeta para que houvesse tais acontecimentos numa fé, que fala em nome Dele. O mundo mudou. O homem avançou no conhecimento, na ciência, todas as ciências, inclusive a social, que parece não ter avançado nas hostes do catolicismo. Falar abobrinhas é muito próprio de quem não acompanha o avanço do conhecimento da humanidade. É preciso mudar isto se essa fé pretende continuar eternamente. As leis mudam, por que não mudar regulamentos religiosos diante do extraordinário progresso científico? Na medida em que se avança no tempo, avança-se também no conhecimento.
Para mim, a única missão da Igreja Católica foi trazer até nós o Evangelho de Jesus intacto. Já disse neste espaço que a missão de Jesus foi deixar o exemplo Dele e o Evangelho, este último a receita básica de bem viver, para bem morrer na carne e bem viver do outro lado na imagem e semelhança do Pai, ou seja: como espírito. O resto é balela, ou conversa para boi dormir. Uma desobediência foi praticada pelo bispo Richard Williamson, mostrando a organização religiosa em crise também de obediência, embora o Vaticano tenha exigido que o bispo se retratasse quanto à negação do holocausto, ele nunca o fez.
No caso da menina de nove anos estuprada, se a gravidez continuasse os danos físicos seriam terríveis, além dos danos morais. “A menina corria o risco de morte ou de ficar com sequelas definitivas e não poder voltar a engravidar”, alertou o médico Olímpio Moraes. A reação do arcebispo foi imediata. Assim que soube que o aborto tinha sido consumado, Dom José disse que “a Igreja Católica considera que houve um crime e um ato inaceitável para a doutrina". Assim, decidiu que "todas as pessoas que participaram do aborto, com exceção da criança, estão excomungadas da Igreja", afirmou.
Quando criança lembro-me de meu pai, que era um católico praticante, dizer com raiva de que nos anos da guerra o papa Pio XII não recebeu os quinhentos judeus que foram pedir a salvação deles próprios e dos judeus que estavam sendo dizimados na Polônia. Um papa que não assumiu sua ojeriza aos nazistas porque não possuía. Pelo contrário era simpático ao “Füehrer” talvez pelo medo de ser morto, ou ser retirado do trono papal. O interessante é que todos os comunistas e socialistas foram excomungados pelo papa, mas Hitler nunca o foi. E estava em suficiente comunhão com a Igreja de Roma para receber as mais belas preces em todos os aniverários do ditador nazista. E foi um partido católico que permitiu a Hitler chegar ao poder. Pio XII ainda não era Papa quando negociou a concordata com Hitler, e era por ele que Hitler torcia quando o Vaticano decidiu o sucessor de Pio XI. Atualmente, Bento XVI quer santificar Pio XII.
Não podemos esquecer que o catolicismo nasceu mais de trezentos anos depois da morte do crucificado. Nasceu em Roma e Roma perseguia os seguidores do nazareno, cujo símbolo não era a cruz e sim o desenho de um peixe na areia feito às pressas, mostrando ser um cristão, porque ser cristão em Roma era perigosíssimo.

(publicado em 10 de março de 2009)



segunda-feira, 31 de maio de 2010

segunda-feira, 3 de maio de 2010

segunda-feira, 8 de março de 2010

OITO DE MARÇO

Se não houvesse discriminação;
Se houvesse reconhecimento;
Se a igualdade não fosse ilusão;
Se houvesse mais sentimentos;
Se o amor puro e verdadeiro
Fosse dos homens reciprocidade;
Se a coragem do pioneiro
Habitasse o homem de verdade...

Se a paciência masculina
Chegasse aos pés da mulher;
Se a destreza de felina
Pudesse o homem entender;
Se o amor materno,
O ato de parir,
pudesse o homem moderno
também viver e sentir...

Se a violência desumana;
Se o estupro animalesco;
Se o assassinato dantesco
Vitimasse de forma insana
e comumente o homem.
Se o sofrimento de um amor
apaixonado corresse o mesmo trilho;
se o homem sentisse este amor
incomparável de criar um filho,
que desde pequenino viveu
perguntando pelo pai
que não conheceu.

Se os homens lembrassem
De que ignorando a mulher redentora
Verão na hora de morrer a imagem
De sua imaculada genitora.
Porque todos nós viemos da mulher;
Tem alma feminina a poesia que faço,
Mas, por não ter a igualdade que o caso requer,
Instituiu-se o dia 8 de março
Como o dia mundial da mulher.

Se renunciasse ao machismo
E ouvisse a mulher companheira
No seu sonoro “achismo”
Feminino e dos negócios matreira.
Se, afinal, a mulher com oportunidades
Chegasse ao poder da nação,
Muito provável é que a honestidade
Venceria a porcentagem de ladrões.

Se o homem renunciasse
Ao seu orgulho de macho,
Por certo fracassaria
O dia 8 de março,
E todos os dias da Terra
Seriam consagrados à mulher
E ao homem sem guerras.
Se o homem a entender vier...
Ele, entretanto só entende
Dos carinhos da mulher
E nada mais...

(08 de março de 1995)

Jeovah de Moura Nunes
(do livro publicado em 1996: "ÉS MULHER!"





sábado, 27 de fevereiro de 2010

VIOLÊNCIAS GERANDO MAIS VIOLÊNCIAS!



Muitas pessoas com respeitosos conceitos costumam escrever elogiando o presidente Lula. Dizem que o Lula deu certo, que possui o dom de discursar muito bem e é um ótimo presidente. Não sei se tais individualidades estejam preparando um terreno para as próximas eleições deles, ou simplesmente sejam bajuladores. Talvez, nunca necessitaram de uma assistência médica em ambulatório público. Aqueles onde a massa da população se concentra em desespero por um atendimento menor que seja de um médico. Quem vai a um desses ambulatórios fica decepcionado não com o governo que sabemos ser míope, mas consigo próprio de ter acreditado que seria bem atendido. Percebe-se que a grande amizade de Lula com pessoas do tipo Hugo Chaves não é à toa. Segundo informações recentes depois desmentidas: passou a comprar gasolina da Venezuela para “socorrer” o amigo infiel, que está numa draga danada. Emprestou dinheiro à Cuba se não me engano um milhão de dólares. Emprestou também à Bolívia e outros tantos países. Antes disso a Bolívia, esperta como ela é, deu um golpe na Petrobrás. Tudo isto aceito pelo presidente Lula como se não houvesse no Brasil uns aproximados 30 milhões de pessoas em completo desespero, mais miseráveis do que pobres. Lula não governa o Brasil, quem o faz são os gorilas do PT. Ele segue apenas às exigências do protocolo governamental. E está satisfeito com isto porque pode agir como garoto propaganda com vistas a eleger Dilma: uma feroz guerrilheira do passado participante de várias ações violentas contra a ditadura, até no assalto aos cofres de Ademar de Barros. E Dilma sempre foi uma supercomunista. O presidente Lula num recente discurso de palanque disse que “é prioridade dele eleger Dilma”, porém nunca foi prioridade desse péssimo presidente melhorar o atendimento médico para o povo brasileiro.
Nós, povo, não fomos torturados pela ditadura militar como fizeram à Dilma. Porém, somos sempre torturados pelos péssimos governos de hoje, de ontem e quiçá do futuro, quando eles sequer têm a dignidade de nos contemplar com uma saúde mais humanizada. Mas, qual o quê! Quando estão no governo parecem desejar a nossa desgraça. Eles não querem investir o nosso dinheiro em serviços públicos melhores porque desejam desfrutá-lo enquanto estão no poder. Isto quando não nos roubam descaradamente. Não querem investir numa educação mais melhorada porque não pretendem educar os pobres. Mantendo-os ignorante, sem nenhuma ou péssima educação são presas fáceis dos políticos larápios. Com exceção da África não há outros países no mundo que se autodenomine de democrático, com tais comportamentos anômalos. Na democracia americana, por exemplo, o político mau caráter pega muitos anos de cadeia sem o luxo de prisão especial. No Brasil o político só vai preso depois que guardou toda a sua “poupança” em outros países. E a prisão por pouco tempo é totalmente vip e bem melhor do que uma festa permanente de aniversário.
Os países, cujas democracias foram para o brejo por causa de políticos ladrões transformaram-se completamente graças à coragem do seu povo, que saiu às ruas, mesmo morrendo, sendo torturados e passando supremas necessidades. Quem conhece um pouco da História do Haiti deve saber disso. O povo revoltou-se. Na França ocorreu o mesmo com o dístico: Fraternidade, Igualdade, Liberdade, transformando o mundo para melhor. Apenas o Brasil ficou fora desse contexto. A República foi instalada por um golpe militar em 1889, em razão do medo e desespero dos ricos, principalmente dos fazendeiros por terem perdido em 1888 a mão de obra gratuita da escravidão. A escravidão depois da República continuou com o chicote chamado “salário mínimo” até os dias atuais. Daí surgiu a miséria absoluta.
Em razão do excesso de violência pelo fato de nossas leis serem fracas no que concerne à punição, a criminalidade aumenta a olhos vistos. É quase uma revolução. Enquanto vamos ficando nesta vidinha de violências gerando mais violências, o futuro trará violências maiores como já se pode analisar pelos assaltos mais sofisticados e verdadeiramente coordenados com pelotões de bandidos treinados para somente fazer aquilo. Isto continuando logo estaremos acostumados com as guerrilhas ao estilo das Farc e então a coisa vai degringolar porque o país é extenso e tem muitos lugares apropriados para uma guerrilha. Somente uma fração de nosso Exército está preparada para uma luta nas florestas.

Jeovah de Moura Nunes
escritor e jornalista, Autor do livro “És Mulher” entre outros.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

VIOLÊNCIAS GERANDO MAIS VIOLÊNCIAS!


Muitas pessoas com respeitosos conceitos costumam escrever elogiando o presidente Lula. Dizem que o Lula deu certo, que possui o dom de discursar muito bem e é um ótimo presidente. Não sei se tais individualidades estejam preparando um terreno para as próximas eleições deles, ou simplesmente sejam bajuladores. Talvez, nunca necessitaram de uma assistência médica em ambulatório público. Aqueles onde a massa da população se concentra em desespero por um atendimento menor que seja de um médico. Quem vai a um desses ambulatórios fica decepcionado não com o governo que sabemos ser míope, mas consigo próprio de ter acreditado que seria bem atendido. Percebe-se que a grande amizade de Lula com pessoas do tipo Hugo Chaves não é à toa. Segundo informações recentes depois desmentidas: passou a comprar gasolina da Venezuela para “socorrer” o amigo infiel, que está numa draga danada. Emprestou dinheiro à Cuba se não me engano um milhão de dólares. Emprestou também à Bolívia e outros tantos países. Antes disso a Bolívia, esperta como ela é, deu um golpe na Petrobrás. Tudo isto aceito pelo presidente Lula como se não houvesse no Brasil uns aproximados 30 milhões de pessoas em completo desespero, mais miseráveis do que pobres. Lula não governa o Brasil, quem o faz são os gorilas do PT. Ele segue apenas às exigências do protocolo governamental. E está satisfeito com isto porque pode agir como garoto propaganda com vistas a eleger Dilma: uma feroz guerrilheira do passado participante de várias ações violentas contra a ditadura, até no assalto aos cofres de Ademar de Barros. E Dilma sempre foi uma supercomunista. O presidente Lula num recente discurso de palanque disse que “é prioridade dele eleger Dilma”, porém nunca foi prioridade desse péssimo presidente melhorar o atendimento médico para o povo brasileiro.
Nós, povo, não fomos torturados pela ditadura militar como fizeram à Dilma. Porém, somos sempre torturados pelos péssimos governos de hoje, de ontem e quiçá do futuro, quando eles sequer têm a dignidade de nos contemplar com uma saúde mais humanizada. Mas, qual o quê! Quando estão no governo parecem desejar a nossa desgraça. Eles não querem investir o nosso dinheiro em serviços públicos melhores porque desejam desfrutá-lo enquanto estão no poder. Isto quando não nos roubam descaradamente. Não querem investir numa educação mais melhorada porque não pretendem educar os pobres. Mantendo-os ignorante, sem nenhuma ou péssima educação são presas fáceis dos políticos larápios. Com exceção da África não há outros países no mundo que se autodenomine de democrático, com tais comportamentos anômalos. Na democracia americana, por exemplo, o político mau caráter pega muitos anos de cadeia sem o luxo de prisão especial. No Brasil o político só vai preso depois que guardou toda a sua “poupança” em outros países. E a prisão por pouco tempo é totalmente vip e bem melhor do que uma festa permanente de aniversário.
Os países, cujas democracias foram para o brejo por causa de políticos ladrões transformaram-se completamente graças à coragem do seu povo, que saiu às ruas, mesmo morrendo, sendo torturados e passando supremas necessidades. Quem conhece um pouco da História do Haiti deve saber disso. O povo revoltou-se. Na França ocorreu o mesmo com o dístico: Fraternidade, Igualdade, Liberdade, transformando o mundo para melhor. Apenas o Brasil ficou fora desse contexto. A República foi instalada por um golpe militar em 1889, em razão do medo e desespero dos ricos, principalmente dos fazendeiros por terem perdido em 1888 a mão de obra gratuita da escravidão. A escravidão depois da República continuou com o chicote chamado “salário mínimo” até os dias atuais. Daí surgiu a miséria absoluta.
Em razão do excesso de violência pelo fato de nossas leis serem fracas no que concerne à punição, a criminalidade aumenta a olhos vistos. É quase uma revolução. Enquanto vamos ficando nesta vidinha de violências gerando mais violências, o futuro trará violências maiores como já se pode analisar pelos assaltos mais sofisticados e verdadeiramente coordenados com pelotões de bandidos treinados para somente fazer aquilo. Isto continuando logo estaremos acostumados com as guerrilhas ao estilo das Farc e então a coisa vai degringolar porque o país é extenso e tem muitos lugares apropriados para uma guerrilha. Somente uma fração de nosso Exército está preparada para uma luta nas florestas.

Jeovah de Moura Nunes
escritor e jornalista, Autor do livro “És Mulher” entre outros.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

VIVENDO SEM PERSPECTIVA DE FUTURO



No Brasil a ditadura em 1968 chegava ao auge com o temível AI nº 5. A partir daí os algozes tinham carta branca para fazerem o que bem entendiam. Havia torturadores de todos os matizes. Alguns até com bíblias na mão. Faziam o preso político ler alguns trechos mosaicos e depois o pau comia. E não havia ninguém para socorrer o pobre diabo. A Constituição era como ainda é, e sempre foi apenas letras mortas, inexpressivas e sem nenhuma atividade real, servindo apenas aos interesses escusos de pessoas socialmente privilegiadas. Residíamos eu, minha mãe e meus irmãos no bairro da Luz, perto de um Batalhão de Polícia, o “Tobias de Aguiar”. Subindo pela rua João Teodoro e atravessando a Avenida Tiradentes havia uma prisão. Não se podia passar pelas calçadas porque elas eram bloqueadas. Com as crianças ou menores não havia problema. E minhas irmãs menores que por lá passavam, quando iam para a escola, ouviam gritos estarrecedores.
As saídas de viaturas, carros brucutus e alguns tanques repletos de policiais da tropa de choque indicavam mais uma passeata de estudantes, (os únicos heróis deste país naqueles fatídicos tempos). E isto ocorria quase que diariamente. Os problemas políticos misturavam-se com a luta pela sobrevivência. Os empregos eram cada vez mais raros. A polícia prendia quem portasse Carteira profissional sem registro de emprego. Os empresários deitavam e rolavam sobre a infâmia vivida pelos trabalhadores, que possuíam os mesmos direitos de uma barata. Bem por isto ainda hoje tem quem aprecie saudosamente a ditadura. Claro, o capital ganhava tanto dinheiro que os bancos mal podiam guardar e o capital ainda financiava os torturadores. Tive um patrão que foi assassinado porque se negou a pagar.
Participei de muitas passeatas ao longo de cinco ou seis anos. Fui paralisando após a institucionalização da violência que foi o AI 5, pelo fato dos companheiros de lutas pacíficas desaparecerem nos subterrâneos da luta armada. Fiquei na dúvida: ou partia para a liberdade que a luta armada nos propiciava, ou ficava na escravidão de uma falsa cidadania. Mas, em razão de minha mãe ser viúva e com filhos menores fiz minha opção correta, pois ou estaria morto e desaparecido sem deixar vestígios e minha família também sofreria, posto que a ditadura além de cruel, corrupta e assassina também matava ou torturava as pessoas que eram parentes dos libertadores. Contudo, ainda participei das muitas passeatas que aconteciam. Numa delas, liderada pelo estudante Wladimir Palmeira, um gênio na arte do discurso relâmpago. Foi no Largo do Paissandu quando ouvíamos os principais lideres, que mostravam a camisa ensangüentada de um estudante morto na véspera. Palavras de ordem se repetiam pela multidão de mais ou menos vinte mil pessoas. Todos jovens.
A polícia chegou. Havia policiais de choque e cavalarianos. A tropa de choque subia a São João e os cavalarianos desciam em nossa direção. Na praça já tinha uns duzentos policiais com cães pastores nos observando. Algumas moças choravam. Palavras de ânimo eram proferidas aqui e ali, mas o choque era inevitável, pois estávamos cercados. Tremi nas bases, mas mantive o moral elevado. Com paus e pedras nas mãos fiquei com um grupo que tentava furar o bloqueio policial no rumo da praça da República. Conseguimos passar e fugimos numa correria louca. Alguns policiais tentaram nos pegar, mas foram ficando para trás. Quem ficou no Largo do Paissandu teve de lutar e boa parcela dos estudantes foi presa. Alguns ficaram aleijados de tanto apanhar. Este era e ainda é o Brasil digno de um Hitler, de um Stalin, de um Pinochet: países repletos de injustiças de cabo a rabo. As indenizações pagas aos que sofreram os abusos e torturas são de um valor semelhante àqueles dos porões da ditadura: tirânico, opressivo e esmolento. No entanto, não é assim quando se trata de políticos no poder, quando as indenizações assumem proporções de loterias, enriquecendo mais ainda a atual e rica politicalha. Às vezes chego a duvidar do futuro de nosso país, quando faço uma análise de nossa História. Entra década e sai década e nós continuamos com uma cidadania fajuta, sem futuro, sem político capaz de assumir o Brasil, o Estado, as Prefeituras com a devida seriedade. Todos eles dão a impressão de que querem se eleger para roubar. É esta impressão que fica e vai ficando cada década mais forte nesta verdadeira fantasia carnavalesca de cidadão brasileiro que vamos vivendo. Vivendo sem nenhum futuro.

Jeovah de Moura Nunes
escritor e jornalista, Autor do livro: “Memórias de um Camelô” entre outros livros.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

CURTAS, GROSSAS E RECHEADAS



Recebi centenas de emails contendo vírus. Tudo na mesma data e com o mesmo conteúdo. É a gente percebe quanto a verdade dói para determinadas pessoas de baixo nível. Um aviso: podem continuar mandando, estarei assim ocupado em mandar de volta. E vocês já que não tem nada para fazer ficam ocupados em alguma coisa, principalmente quando o emprego é de favores. O ninho das cobras já tem os ovos das serpentes. Parabéns ao povo hondurenho! Eles conseguiram despachar o Mala, Zelaya! Mas chegará aquele enganador ao um novo destino ou será desviado novamente pelos seus “muy amigos brasileiros” para outros destinos incertos e não sabidos? Já foi tarde! Felizes os hondurenhos que, de forma muito firme, mas pacífica, livraram-se desse genérico de Hugo Chaves. E, falando no “Huguinho” todos nós já sabemos a que ele veio. As provas atuais são evidentes do que ele sempre almejou: um país totalitário, com o apoio de nosso presidente barbudo e seu PAC, que nunca imPACtou nada. Quantas vezes adivinhei as intenções de Chaves? Muitas vezes, já que escrevo para muitos recantos do Brasil.
Mas, ainda falando do Lula lá, vamos lá: Primeiro mandato: Lulinha paz e amor dá mel às moscas, todo sorriso. Segundo mandato: Lula ensaia alguns passos de capoeira/rasteira: PNDH (Projeto Nacional dos Direitos Humanos) PNC (Plano Nacional de Cultura) e o mais recente, lançado agora durante a realização do Forum Social Mundial em Porto Alegre, e que, ainda sem nome, podemos batizá-lo provisoriamente de PNRCL (Projeto Nacional de Repartição Compulsória dos Lucros) através do qual só o empresário fica com a cabeça fervendo por noites mal dormidas para bem gerir a empresa, arcar sozinho com os riscos do negócio e também com os prejuízos em caso de crise e aos empregados exigir as horas trabalhadas pelas quais são devidamente remunerados e com a certeza de que 2% do lucro líquido da empresa serão distribuídos aos empregados igualmente, e mais 3% segundo critérios acordados em negociações semestrais ou anuais. Terceiro improvável, hipotético e ameaçador mandato: Dilma, o genérico de Lula, transforma estas propostas em Projeto de Estado - e o Brasil se transforma afinal em mais um estado totalitário desta porção da América do Sul de hoje. Vide Venezuela! É o Brasil de amanhã caso queiramos!
E falando da ministra Dilma, super-candidata à presidência, ela sempre evita criticar Chavez, ou melhor, Dilma não tem porque criticar Chavez, depois que ele tirou do ar seis emissoras de TV e implantou as recentes medidas nacionalizantes. Ela comunga de todas suas idéias! Afinal, Dilma assinou o Plano Nacional dos Direitos Humanos, através do qual se ataca, entre outras coisas, a propriedade privada, os ruralistas e a liberdade de imprensa. O PNDH é na verdade o programa de governo ratificado por Dilma que seria implantado caso ela tivesse a mínima chance de ser eleita presidente. Contudo, não acredito na derrota dela quando o Nordeste repleto de fanáticos eleitores do Lula lá, onde pulula a total ignorância política, principalmente em razão do bolsa isto e bolsa aquilo. Tivemos realmente muitas coisa tristes nestes oito anos de um governo sem pé e sem cabeça.




segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

OS SENHORES DA CORRUPÇÃO



Um país maltratado por autoridades incompetentes. Um país, cujo povo constrói moradias em locais perigosos com o apoio dos políticos que flagrantemente permitem tais construções. Um povo sem opções de melhorias. Um povo morrendo por culpa de autoridades fajutas. É assim o Brasil. Dizem que temos um grande futuro pela frente. Será? Nosso futuro não pode ser tão grande assim, quando temos autoridades incapazes de governarem na intenção de melhorar a vida dos menos favorecidos. Pensam apenas nos ricos, nos endinheirados, nos milionários com segundas intenções. Jamais acreditei num futuro que possa dar garantias de bem estar para toda a população brasileira. Estamos mais para a decadência moral, política, educacional e uma vida não saudável, quando temos um sistema de saúde degradante e sem esperanças de melhorar. Este novo ano em breve se tornará velho e velhaco, quando nas eleições teremos de eleger esses muitos falsos políticos com seus discursos mentirosos.
Especialistas asseguram que o Brasil será um país economicamente forte já em 2010. Porém, outros especialistas garantem que continuaremos a viver uma crise ética, principalmente na esfera política. Sei que alguns acreditam que só através do voto podemos mudar o fim da corrupção e a péssima situação política hoje vivida. Eu pessoalmente não acredito nisto. Os “lindos presentes” de muitos políticos preparados e oferecidos ao povo como um enorme tapa na cara de cada um de nós, deixa claro que “eles” não nasceram para serem políticos e sim ladrões, ou criminosos de mão cheia. Ou tem alguém que duvide disso? Contei somente no ano de 2009 vinte escândalos. Foram escândalos e mais escândalos dos políticos, os quais, questionados, apressam-se em sorrirem para as câmaras de TV, querendo demonstrar tranqüilidade e honestidade. O maior escândalo foi justamente já quase no final de 2009 quando as provas foram mostradas para o mundo todo dos políticos, principalmente o governador, o vice-governador e o presidente da Assembléia Legislativa de Brasília. Na verdade estão complicados até o pescoço e até às cuecas. Os vídeos não mentem, mas os senhores da corrupção ainda alegam inocência sem o menor pejo, sem a menor vergonha pelo menos na cara. Dá para perceber, até que me provem o contrário, que são ladrões profissionais já acostumados a roubarem do povo brasileiro há muito tempo. O que nos consola é que a linha sucessória, em caso de renúncia ou impedimento, está comprometida em toda a sua extensão política, e tudo isso vai parar no Judiciário, apesar dos passos de tartaruga aleijada do Judiciário brasileiro.
Aqui em Jaú temos os 300, que não são de Esparta, ou mais pessoas empregadas na Prefeitura sem concurso público. É realmente uma providência de quem não aprecia e não tolera a legalidade. São pessoas que trabalham na maciota, na proteção, na falta de vergonha tanto de quem mandat, quanto dos que obedecem de mão beijada. Somando-se ao primeiro ano de governo do atual prefeito já perfazem, portanto nove anos na Prefeitura a farra do “trem da alegria”, dando ciência ao cidadão de que este governo é nada mais e nada menos do que a continuação do antecessor, o qual foi chamado por mim de “A Coisa”. Temos agora a “Coisa 2”. Isto significa basicamente que o progresso jauense é uma quimera sem fim. Não pode haver progresso quando as leis não são respeitadas. Quem duvidar entre no site da prefeitura de São Caetano do Sul. Nenhum empregado – com exceção dos cargos de confiança – trabalha naquela prefeitura sem concurso. Os cargos de confiança são aqueles mais próximos do mandatário, que visualiza seu governo de uma maneira urgente para uns e menos urgentes para outros. É o seu secretariado. O resto dos trabalhadores tem de passar por uma avaliação nos exames que provarão quem é capaz e quem é incapaz. Isto, no entanto está virando uma balela ou falsa filosofia democrática, causando vergonha para quem é um sincero republicano, se é que existe um sincero republicano neste país. Aposto que não existe nenhum republicano neste país.
Com tantas injustiças sociais o Brasil de hoje se parece muito com a França na véspera da revolução, com a trilogia: liberdade, fraternidade, igualdade. A diferença é que não temos respostas para essa síntese democrática e ficamos como estamos e sempre estaremos, sem resultados positivos, porque a nossa “República democrática” é subjugada e encilhada de cabo a rabo pelos corruptos de plantão. A maioria pertencente à classe política, procedente da classe média e média alta, onde não conhecem a punição que exemplifica e depura uma nação.

Jeovah de Moura Nunes
escritor e jornalista, Autor do livro “A cebola não dá rosas” entre outros livros.


sábado, 2 de janeiro de 2010

SÓCRATES: MAIS DO QUE UM FILÓSOFO


No ano 463 antes de Cristo nascia em Atenas um garoto que iria mudar o mundo em seus conceitos humanos. Além de filósofo Sócrates foi escultor, militar, um bom guerreiro em campos de batalha, estudou geometria e física. Tudo isto autodidaticamente. Não se limitou em seus estudos, não se fixou em escolas; não compôs nenhuma ciência; não escreveu nenhum livro. O seu modo de ensinar, sem ser professor, era conversando e dialogando com as pessoas que buscavam a cultura. O método era claro: interrogar ironicamente e preparar uma dialética, que levava o interessado em aprender a compreender sem muito raciocínio as informações daquele homem que já nascera mestre. Era fácil localizar o mestre possuidor de respostas para quaisquer perguntas. Estava quase sempre em assembléias e festas populares e nos ginásios. Tudo servia de pretexto para ensinar e sua vida era um verdadeiro apostolado da ciência.
A filosofia de Sócrates chegou até nossos dias através dos pergaminhos onde constavam os “Diálogos de Platão” e dos deixados por Xenofonte. Nos seus agravos combatendo a falsa retórica com de seus gracejos quase sempre satíricos e cheio de sarcasmos, levou-o a ganhar inimigos. Três de seus discípulos: Anito, Mélito e Lícon, a pretexto de vingança por se sentirem ofendidos, acusaram o mestre de impiedoso nas palavras, claro que não passando tal acusação de pretexto já do conhecimento das autoridades. Diante de seus juízes Sócrates manteve uma atitude altiva e digna, rogando como penalidade que fosse condenado a viver no Pritaneu às expensas do Estado. O Pritaneu era o edifício habitado pelos pritanes. Estabelecimento fundado em favor dos que mereceram da pátria alguns favores. São mais ou menos como nossos políticos brasileiros que recebem muitos favores mesmo após sua inútil vida política.
Condenado a beber a cicuta Sócrates manteve impassível e até quase sorriso diante dos juízes. Xantipa, sua esposa, com um gênio diferente protestou veementemente alegando uma farsa, o que era verdade. Conhecida pelo seu irascível gênio a mulher do filósofo rodou à baiana e quase derramou a cicuta nas mãos do carrasco. Mas, Xantipa tinha um grande amor pelo marido e chorou quando Sócrates brindou e bebeu o veneno dos que desejavam a sua morte.
Sócrates ao contrário dos filósofos anteriores e naturalistas pregou como objeto da filosofia o próprio homem, ou uma interpretação refletida do procedimento humano e das regras que a ele presidem. O mestre Sócrates foi o criador da ciência moral e humana. Talvez tenha sido sem a percepção da humanidade, o precursor de Jesus, que nasceria 400 anos depois dentro dos parâmetros da evangelização e não da ciência humana e moral pregada constantemente pelo filósofo. A verdade é que todos os homens que nascem para mudar o mundo são efetivamente assassinados pelo Estado, ou a mando deste, porque evidentemente os mandatários não querem mudar o status ou a posição de conforto deles.
Nós, aqui no Brasil, vivemos numa semelhante situação onde a pobreza da maioria da população é uma evidência catastrófica, sem solução de continuidade, porque os ricos e poderosos insistem em preservar as condições da boa vida deles. Surgindo no Brasil um Sócrates deixa mais do que evidente o assassinato dessa personalidade, posto que a politicalha de plantão não permite a coexistência entre os ladrões dos cofres públicos e as palavras terríveis e mágicas do filósofo revoltado com as injustiças pendentes da suposta República. Uma República brasileira injusta já no seu nascedouro, quando se banhou no sangue dos pobres, chamados pelos republicanos injustamente de “jagunços”, somente porque eram morenos acaboclados, mulatos, quase negros e mesmo negros, revelando os caracteres físicos típicos do sertanejo nordestino. Euclides da Cunha escreveu: “Canudos não se rendeu. Exemplo único de toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, caiu no dia 5 de outubro de 1897, quando mataram os seus últimos defensores. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados”.
Posteriormente 300 mulheres que se renderam, acreditando que seriam poupadas, foram degoladas, juntamente com seus filhos pequenos. É, nossa República já nascera banhada em sangue e atualmente repleta de ladrões nos podres poderes. O quê diria Sócrates sobre isto? Acho que ele preferiria beber a cicuta novamente.

Jeovah de Moura Nunes
escritor e jornalista, Autor do romance “A cebola não dá rosas” entre outros livros.